Período: Outubro de 2023 a Março de 2024
Equipe Responsável: Marcello Silva Nery e Fernanda Pedreira Tabacow (Muriqui Instituto de Biodiversidade)

Progressos na Busca pelos Muriquis

O Projeto Muriqui continua avançando em sua missão de preservação do muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), uma das espécies de primatas mais ameaçadas do Brasil. Durante o segundo semestre de atividades, a equipe do Muriqui Instituto de Biodiversidade intensificou as buscas por indivíduos isolados e expandiu significativamente a Rede Cidadã Pró-Primatas, agora também conhecida como “Rede Muriqui”.

Este segundo relatório de monitoramento apresenta os resultados obtidos entre outubro de 2023 e março de 2024, período marcado por importantes descobertas e pelo fortalecimento das parcerias institucionais e comunitárias.

Novas Descobertas: Um Avanço Significativo

Uma das descobertas mais importantes deste período foi a confirmação de três indivíduos isolados de muriqui-do-norte (uma fêmea e dois machos) na divisa entre os municípios de Afonso Cláudio e Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo. Somados aos dois indivíduos já identificados na Mata de Peçanha durante o período anterior, o projeto já localizou cinco dos seis indivíduos manejáveis previstos como meta até março de 2025.

As campanhas de campo foram ampliadas para novas áreas, incluindo:

Tecnologia a Serviço da Conservação

Este período foi marcado pela intensificação do uso de tecnologias avançadas para a localização dos primatas. Drones equipados com câmeras termais foram utilizados em diversas áreas, principalmente no Parque Estadual do Rio Doce, Serra do Brigadeiro e Parque Nacional do Caparaó.

A técnica de “playback” (reprodução de vocalizações) também foi empregada na região de Pedra Menina e Paraíso, durante a segunda campanha no Parque Nacional do Caparaó, aumentando as chances de detecção de indivíduos isolados.

Expansão da Rede Pró-Primatas

A formação da rede de proteção e informações continuou a crescer, com novos contatos estabelecidos em todas as áreas visitadas. Destaque para as parcerias com:

Educação Ambiental e Sensibilização Comunitária

As atividades educativas foram intensificadas durante este período, com destaque para:

Avanços Metodológicos

A metodologia de busca ativa foi aprimorada, combinando:

  1. Uso de drones com câmeras termais: Sobrevoos realizados no início da manhã e final da tarde, quando os gradientes de temperatura favorecem a identificação dos animais
  2. Técnicas de playback: Reprodução de vocalizações típicas da espécie para estimular respostas de indivíduos isolados
  3. Entrevistas com moradores locais: Coleta sistemática de informações sobre avistamentos recentes
  4. Busca em áreas prioritárias: Identificadas a partir de registros históricos e características do habitat

Próximos Passos

Com a localização de cinco dos seis indivíduos necessários para cumprir a meta principal, o projeto agora se concentrará em:

  1. Continuar a busca para localizar pelo menos mais um indivíduo manejável
  2. Realizar as reuniões programadas para elaboração do plano de contingência para indivíduos solitários e fêmeas migrantes
  3. Completar o levantamento nas oito áreas de ocorrência da espécie previstas no cronograma
  4. Consolidar a Rede Pró-primatas, garantindo sua sustentabilidade após o término do projeto

Um Horizonte Promissor

O Projeto Muriqui segue avançando conforme o cronograma estabelecido, demonstrando resultados concretos na identificação de indivíduos potencialmente manejáveis e na construção de uma rede de proteção que envolve tanto instituições quanto comunidades locais.

A combinação de pesquisa científica, uso de tecnologias avançadas e forte componente de educação ambiental está criando as bases para um programa efetivo de conservação do muriqui-do-norte, que poderá ser replicado para outras espécies ameaçadas.

Com a expectativa de cumprir todas as metas até março de 2025, o projeto reafirma seu compromisso com a preservação deste símbolo da biodiversidade brasileira, contribuindo para um futuro mais seguro para os muriquis e para as comunidades que compartilham seu habitat.

Veja a seguir a apresentação deste relatório:

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